quarta-feira, 27 de agosto de 2014

TRABALHO ILNFANTIL

Os meios de omunicação, notadamente as emissoras da TV, têm exercido verdadeiro combate ao trabalho infantil, mostrando crianças ao lado dos pais no exercício da provissão da família: catadores de papais, mascates, atividades na roça e até nas carvoarias. Tudo isso é condenável, acredito. Até porque, lugar de criança é na escola, como eles mesmoa apregoam.
Mas o quê dizer das crianças que trabalham nas novelas, cantam e tocam profissionalmente nas emissoras de TV, convivendo longe dos pais e ao lado de, muitas vezes, de adultos de comportamento onde a droga, a prostituição e... passa a servir-lhe de modelo.
O sucesso imediato dessas crianças às vezes fazem com que os pais estimulem seus dotes artísticos em busca do sucesso e quando esse crescimento cai, puxam o tapete da criança e ele cai na real e passa a sofrer profundos traumas psicológicos que podem leváo-los às drogas.
  1. Concordo com a campanha dos meios de comunicação, mas, por uma questão de justiça, eles também não têm o direito de "explorar" o trabalho dessas pequenas criaturas.  

domingo, 17 de agosto de 2014

LOMBADAS ELETRÕNICAS

´Nos últimos tempos as chamadas lombadas eletrônicas, criadas em 1993, Ano Nacional de Educação de Trânsito, têm se multiplicado e, afora o faturamento que esses equipamentos têm produzido para os cofres dos "órgaos competentes", quase nada tem oferecido de bom para a segurança das rodovias. Aliás, muito pelo contrário. Como o disciplinamento numa mesma rodovia a velocidade varia entre 100 e 40 quilômetros e a multa é alta, os motoristas dirigem muito mais preocupados com as lombadas do que propriamente com a estrada e o resultado é desastroso.
Não há como negar que esse sistema de controle de velocidade é eficiente, porém o erro está nessa diversisficação de parâmetros numa mesma rodovia. Como justificar se construir um viaduto para se reduzir de 80 para 50 km quando se está sobre ele? Não há como entender. Há algo de errado. No mínimo falta passarela para pedestres.
O mesmo se dá no Recife. Como se falar em mobilidade urbana quando se cria trechos da cidade com velocidade máxima de 30 km? Isso significa o esclerosamento do trânsito. A cidade deveria andar numa velocidade constante, ou pelo menos numa variação menor de movimentação dos veículos.
Dizem que a cidade está cada vez mais cheia de veículos. Isso de certa forma é verdade e é bom. O que não presta é a falta de alargamento das ruas para atender ao natural progresso da cidade e a melhoria do poder aquisitivo dos seus cidadãos. Portanto, o alargamento das ruas, ou pelo menos, a criação de mais vias de mão única, melhoraria a fluidez dos veículos, a essa altura já sem espaço nas artérias da cidade, vez que se tem de respeitar l,50m de distância das "ciclovias" e a faixa exclusiva da BRT. E o quê dizer do estreitamento na Praça do Derby, quando de um lado se tem a parada dos ônibus e à esquerda os BRT?
O que resta para os automóveis?
Vamos em frente, portanto, quando os homens ditos "especialistas" resolvam essas questões, sem privar o cidadão que precisa usar seu automóvel para o trabalho, ou até mesmo para o natural lazer, possa exercer o seu direito de ir e vir.

sábado, 16 de agosto de 2014

MOTOQUEIROS E SEUS PROBLEMAS

Estou cansado de ouvir debates na TV e nas emissoras de rádio a respeito dos acidentes e assaltos com motos.
Quais seriam os motivos e como combatê-los?
Todos têm uma resposta, uma solução. Eu também tenho, e se me permitem, gostaria de externar minha opinião.
Dirigir sobre duas rodas é difícil e perigoso. Portanto, não me surpreende esses acidentes. Do mesmo modo, a velocidade e mobilidade em zigue-zague desses veículos facilita sobremaneira seu uso para assaltos e assassinatos.
Para reduzir substancialmente esses recursos a solução era tornar obrigatório o uso de side-car em todas as motos. Com essa prática os motoqueiros e motociclistas teriam que andar nas mesmas condições dos automóveis e os caronas teriam um lugar mais seguro para viajar e ainda esse veículos não seriam tão eficientes nas fugas. Por outro lado, se a velocidade máxima na cidade é de 60 km e nas rodovias 100, para que motos velocidade maior?
Na zona rural o número de acidentes com motos tem como motivo principal o uso desses veículos em substituição aos antigos cavalos e muares, os quais levavam os moradores do sítio para a cidade e voltava com eles, às vezes embriagados, sem qualquer problema, porque o animal já sabia o caminho de casa. Hoje, influenciado pela mesma bebida, o motociclista e motoqueira tenta voltar para casa e às vezes só chega a má notícia.
Que tal se os responsáveis pela normatização de trânsito não aproveitassem essa sugestão para reduzir o número de acidentes e assaltos (saidinhas de bancos) com esses veículos, minimizando os custos com as despesas médicas nos hospitais de emergências e a superlotação desses já comprometidos locais de saúde pública?
A modificação não era de todo ruim, porque ao invés do uso de capacetes, perneiras, peitorais e outros apetrechos "decorativos e dispendiosos", o side-car sairia aproximadamente pelo mesmo custo e com resultados bem mais eficientes.   

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

UM SONHO ESPECIAL

Quando Marileide partiu, tudo em mim desmoronou. Foram 53 anos de amor e dedicação mútua sem jamais sobrar tempo para os eventuais desentendimentos, tão comuns entre os casais. Nós, sequer fizemos cara fechada para o outro ao longo desse tempo. Nos momentos difíceis, os quais foram muitos, sempre descobríamos um jeito de contornar a situação, contanto que estivéssemos lado a lado, felizes, fazendo das pedras que surgiram no nosso caminho o alicerce do lar que construímos minuto a minuto de nossas vidas. Enquanto isso, os filhos aprendiam conosco essa maneira de ser e de amar. Esse, talvez, nosso maiore legado. E aprendiam através de uma lição na qual dizíamos-lhes: "O amor é como areia seca da praia. Se a colocamos na palma da mão aberta, logo virá o vento e fará com que os grãos de areia desapareçam; se, no entanto, procurarmos prendê-la fechando as mãos, logo os grãos escaparão por entre os dedos. Porém, se quisermos preservá-lo basta manter a areia nas palmas das mãos em concha, que o vento não conseguirá roubar um grão sequer. Mesmo assim, se apesar de todo esse cuidado, o amor não permanecer, é porque não é verdadeiramente nosso".
Talvez por conta disso, quando ela parçtiu para o além, escritores que éramos, deixamos de escrever uma palavra sequer. Ela, por conta de ido para o céu, eu, porque me faltava inspiração, ou até mesmo a presença da principal crítica da minha obra.
Não abandonei o computador, porém com ele não mais dialogava, somente lia o que a tal máquina tinha para me dizer, num monólogo sem sentido. Não havia mais diálogo entre nós. A outrora ferramenta de criação tornara-se mero equipamento de distração. Não conto as noite em que cochilei sobre o teclado. O escritor morrera de saudade, pensei.
Os filhos não me deixavam só. Todas as noites eles se revesavam para me fazer companhia, talvez tementes que eu, já velho e cardiopata, viesse a precisar de ajuda e não ter alguém por perto para me socorrer. Era a natural retribuição que eles me prestavam em troca das noiotes insones que nós passávamos quando eles adoeciam no tempo de criança.
O zelo que têm por mim era tanto que muitas vezes quegavam a agir com energia para que eu me mantivesse ativo e saudável. Nunca me deixavam só. Porém, faltava muito para preencherem a lacuna deixada pela ausência da mãe deles, a qual se tornara uma tatuagem em meu espírito. Não adiantava me levarem para passear nos cinemas, nos shoppings, ou em qualquer outro lugar, porque onde quer que fôssemos, tudo em torno de mim, lembrava ela: restaurantes, sapatarias, lojas de roupas, bolsas, tecidos e até de bugingangas, as famosas lojas de R$1.99, me lembravam minha esposa, tantas e tantas vezes que raíamos a passear. Sua presença era uma tatuagem indelével, que eu escondia dos filhos para não ter de magoá-los,
Como é natural, aos 75 anos de idade, eu já havia passado por várias experiências de perdas, as quais me fizeram sofrer a cada momento vivido. Quando perdi minha avó materna, uma italiana que marcou a minha vida com a dedicação e carinho com que me tratava, paplail a substituiu. Quando papai partiu no dia 27 de nvovembro de 1964, exatamento no dia em que completava 35 anos de casamento, pensei que o mundo caíra sobre meus ombros. Não fosse a presença marcante de mamãe para substituí-lo, talvez eu não resistisse a perda. Com a morte de minha mãe, restou-me dona Maria de Lourdes Codeceira Pena, minha sobra-avó, a qual não me deixava faltar nada em termos de atenção e carinho. Porém, um dia ela também se foi aos 94 anos de idade, lúcida, alegre, festeira e atenciosa para comigo. A partir de então minha mulher a substituiu. Por fim, perdi meu filho caçula dos homens. Uma perda irreparável a qual só me foi possível suportar porque cada um dos seus irmãos deram-me um pedaço do si para preencher a lacuna deixada por ele em meu coração, e assim, me permitiram suportar a dor mais cruel que um pai pode ter. Porém, quando perdi Marileide, minha esposa, quem haveria de substituí-la? Os filhos tentaram, é bem verdade, porém não tinham como fazê-lo por mais que se esforçassem.
Com a partida de minha esposa, na verdade, meu desejo era sonhar com ela. Jamais o conseguira. A frustração tomava conta de mim, fazendo-me sofrer ainda mais. Eu me indagava: por que quando minha cara metade era viva eu sonhava tanto com ela mesmo que dormisse ao meu lado e agora, depois de morta não sonhava mais? Será que depois que se morre nos evaporamos? Será que a alma não existe? Eram indagações que martelavam minha cabeça sem que uma resposta fora dos ensinamentos religiosos sequer me fosse apresentada.
Certa noite, sem consleguir conciliar o sono, fui à estante e retirei o livro "O Último Farol", cuja primeira história, "A Dança dos Ossos" escrevi para ela contando como foram nossas vidas até a morte dela, a qual seria a última a falecer entre os famililares. Era um livro que marcaria os nossos 53 anos de casados e lseria lançado no dia 23 de novembro de 2013. Marileide, como fazia sempre, leu o livro nos originais e aprovou a narrativa, porém não participou do lançamento, pois morrera antes, no dia 27 de outubro. Que pena!
Li e reli o lilvro até adormecer sobre ele. Dormi como uma pedra. Nem o clarão da manhã me fez acordar. Ainda bem, porque havia sonhado com ela. E que sonho! Ela conversava comigo, encorajando-me a continuar a escrever, revelando-me haver escrito comentários sobre os vários pensamentos e aforismos que eu havia escrito, alegando que o fizera porque a maneira muitas vezes irônica que eu falava das coisas sérias e provocava no leitor riso em vez de reflexão. E exemplificava tal situação com o pensamento: "Ao lado de um homem de sucesso sempre há uma grande mulher. Ao lado de um fracassado tem, pelo menos, duas".
Concordei com sua opinião e perguntei estavam tais comentários. Sem mais nem menos, forneceu a senha do seu computador e disse que eu os encontraria lá e, se gostasse, poderia usá-los.
Quando o dia clareou acordei e antes do café matinal fui ao computador dela, acessei a tal pasta e mergulhei nas frases escritas a muito tempo e à medida em que surgia um pensamento segui o respectivo comentário feito por ela, deixando-me a nítida impressão a martelar a minha cabeça: NÃO FOI UM SONHO, ELA ESTEVE A NOITE TODA AO MEU LADO. PENSEI ATÉ SENTIR O CALOR DO SEU CORPO JUNTO AO MEU DURANTE A MADRUGADA. E assim, nasceu este llivro escrito por nós dois: EU E A MULHER QUE DEUS COLOCOU EM MEU CAMINHO PARA ME FAZER CRESCER EM TODOS OS SENTIDOS.  

terça-feira, 12 de agosto de 2014

 O Diretor Cultural da AABB, Dr. Carlos Eduardo,  e o Pintor Almiro ladeiam a professora da dança que se exibiu durante o Vernissage no clube da Av. Malaquias.








A senhora Marluce Tavares Pena e seu cunhado, escritor Edvaldo Arlégo posam ao lado do professor de dança, Everaldo Lins, que se exibiu durante o Vernissage na sede da AABB por ocasião das comemorações dos 75 anos da agremiação da Avenida Malaquias.
REFLEXÕES*

Não só os pobres e desvalidos necessitam de caridade. Às vezes, os nobres e ricos é que são os mais carentes. (*)

Praticar a caridade para com os desvalidos é importante, mas não o suficiente. É preciso que se lhe dê não apenas o pão e o peixe, mas o anzol e a técnica da pescaria, a fim de que ele aprenda a suprir suas próprias necessidades. Essa é a verdadeira caridade.
Aos ricos e nobres, cujas necessidades materiais são por demais suficientes, também poderemos agir através da caridade, levando-lhes atenção e amor, a fim de que eles descubram que há uma riqueza ainda maior no seio da Humanidade: o amor.
A propósito, conta-se a história de uma menina que morava numa pequena casa de tábuas, bem no meio da floresta. Certo dia acordara bem cedo e, insone, foi à sala, sentou-se no sofá e passou a ler um livro, dentre os muitos que possuía, quando bateram à porta:
Toc – toc – toc...
A criança parou a leitura e foi atender.
Eram três velhinhos andarilhos. O que se vestia de vermelho falou:
– Minha filha, por favor, caminhamos, desde a tarde de ontem, estamos sedentos e cansados. Precisamos de água e abrigo, atenda-nos por caridade.
A garota olhou os velhinhos e respondeu:
– Compreendo a situação dos senhores, mas só posso servi-lhes água. Abrigá-los não consigo porque minha é casa é tão pequena, como os senhores estão vendo, que mal cabe nossa família.
A menina pediu licença e foi buscar a água e os serviu do lado de fora, porque sua casa, como alegara, era de fato muito pequena.
Saciada a sede, o velhinho de vermelho insistiu:
– Mas, minha querida, seja compreensiva e perceba o quanto estamos cansados de tanto caminhar.
– Já lhes disse que não posso atendê-los, porque minha casa é pequena demais. Mal cabe minha família. Se fosse um de cada vez, bem que poderia tentar, mas os três, ao mesmo tempo, não é possível.
– Bem, já que a amiguinha acha que poderia nos receber um por vez, qual de nós receberia primeiro?
– Eu nem os conheço! Quem são os senhores?
– Eu sou Sucesso. Não vê como sou falante!
– E aquele outro lá, vestido de púrpura?
– Aquele é Fortuna, meu melhor amigo!
– E aquele outro lá, vestido de azul?
– Aquele é muito velho...
– Sim, bem sei! Está se vendo pela fisionomia! Como é o nome dele?
– Aquele é Amor. É tão velho que está quase no fim da vida!
O velhinho Sucesso voltou a inquirir a menina:
– Vamos, minha filha, decida logo qual de nós deixará entrar primeiro.
– Deixe pensar! – disse a garota, colocando o dedinho da mão direita na têmpora como se estivesse a avaliar a situação. Por fim, determinou:
– Que entre primeiro o que está vestido de azul!
Assim que o velhinho mais idoso entrou, os demais companheiros invadiram a sala, fazendo com que a menina reagisse, expulsando a todos.
Tentando explicar o acontecido, disse Amor:
– Minha filha, se existe alguém errado, assumo a culpa.
– Pelo contrário. O Senhor foi o único que mandei entrar. Pela invasão de privacidade que seus amigos cometeram expulso a todos, inclusive o senhor.
– Explico melhor e espero que você entenda. Se a amiguinha tivesse convidado aquele lá, vestido de vermelho, apenas ele teria entrado, porque ele é Sucesso. Do mesmo modo, se tivesse mandado entrar o outro, vestido de púrpura, somente ele teria entrado, porque ele é Fortuna. Mas como você me autorizou entrar na sua casa, tudo de bom vem comigo: Sucesso, Fortuna... afinal, eu sou Amor.
Naquele instante a menina estava tão embevecida com as palavras macias do velhinho, e nem percebeu que, àquela altura, ela já servia mecanicamente cafezinho e biscoitos aos três viandantes ao lado dos pais dela e ainda havia bastante espaço na casa.
A partir daquele momento, a menina aprendeu que não existe casa, por menor que seja, que nela não caiba Sucesso, Fortuna e Amor, desde que Amor entre primeiro.
Afinal, sem amor nada é possível. Com amor tudo se torna mais fácil.





(*) Extraído do livro “Amor Eterno”, escrito por Edvaldo Arlégo e Marileide Tavares, o qual será lançado nos dias 30 e 31 de agosto, no bairro do Recife, por ocasião do Festival de Literatura do Recife.